26 de março de 2015

Aos vinte

 Aos vinte nós temos amigos de dez anos e de trinta. 
 Aos vinte temos saudades dos quinze e pressa para os 25.
 Nesta idade não sabemos ao certo se carregamos mais sonhos do passado ou objetivos para o futuro.
 Eita idade cheia de certezas e incertezas. Idade que da vontade de agarrar o mundo e deixar nossa marca na história.
 Aos vinte queremos ser o rei da razão. Ou não. Talvez queremos só estar em um bar rodeado de amigos. Bebendo algo e dando risada.
 Aos vinte queremos ter uma carreira, sair de segunda à segunda. 
 Aos 10 mais 10 queremos nossa independência. Queremos tudo. Só não queremos nada.
 Queremos ter alguém para compartilhar nossos bons momentos e dividir os ruins. É uma mistura de sentimentos. Tenho a leve impressão que aos vinte anos temos que decidir tudo.
 Ter vinte anos é olhar um filme do nosso futuro. É sentar, parar, pensar e concluir: Bom, é agora ou nunca.
 Ter 30 menos 10 é sentir as coisas vivas. É colocar intensidade em tudo que sentimos. É o momento, a decisão, o início... Aos vinte se sabe muito mas não se conhece tudo. É o fim de uma fase e o início de outra. É saber que sua família esta ali para te acolher mas decidir se acolher. Pois a fragilidade não pode existir em nosso dicionário. 
 É saber que não se pode agarrar o mundo, mas mesmo assim a gente tenta segurar ao menos uma estrela na mão. 
 Ter vinte é ter 50 menos 30; 15 mais 5. Depende da interpretação. Depende da nossa percepção. Mas só depende de nós. E é isto que nos deixa mais confortável mas ao mesmo tempo mais preocupado.


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