23 de março de 2015

Café da manhã

Pisquei os olhos e vocês não estavam ali.
As risadas altas tinham se calado.
Por diversos momentos peço bem baixinho: "volta" e em outros, percebo o quão eu era feliz.
Palavras soltas me remetem há um passado muito próximo.
Chorar não é a opção. 
A opção é acordar sem o café na mesa, sem os abraços apertados em edredons enrolados. O miado do gato e o latido do cachorro. A lasanha de domingo..
Detalhes são só detalhes quando não damos o valor devido à eles. 
Momentos são só momento quando temos a falsa ilusão de que eles irão se repetir. Mas não.
Momentos são instantes. Ora minutos, ora segundos. Mas sempre instantes.
Ir trabalhar era menos sacrificante ouvindo uma música no caminho e acompanhada.
Acordar cedo era a melhor coisa do mundo ao se deparar com a mesa do café pronta e as pessoas que mais se ama presentes.
O cheiro da comida mudou. Assim como o bom dia, boa tarde e boa noite. Quando tem.
Se sete dias na semana era pouco para aproveitar. Pior são dois dias ou uma noite.
O cenário mudou. Mas a base sempre será a mesma.
Não desejo voltar a ser criança. Desejo só voltar. Voltar de onde as coisas nunca deveriam ter saído.
Voltar onde o mar era agitado mas sempre era azul. 

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